domingo, abril 02, 2006

Intimidade

Fim de tarde num dia de Outono, estou numa praia qualquer. Fechei os olhos!
Sinto tudo de uma forma diferente, o som, os cheiros, consigo escutar-me.
Este novo mundo empírico que me rodeia e que me faz ver as coisas por outro prisma.
Imagino mil e uma coisa, recordo-me de tudo aquilo que já vivi, paixões, amizades, alegrias, tristezas, conversas, acções, etc.
Depois? Depois fica o vazio, por momentos tudo fica negro. Não surge nada, apenas ficam as sensações, o vento com sabor a maresia que me toca o corpo, o cheiro, a areia, as ondas…
Já nada tem valor, as minhas memórias, o “eu”, nesta altura já não faço parte de nada, faço parte de tudo.
Neste momento de intimidade, de introspecção entre velhos amigos que apenas se sentem como elementos e que se complementam sem nunca trocarem palavras, apesar de já muito terem falado.
Eu, o Mar, a Terra e o Céu
Já abri os olhos e digo-lhes:
“Quando eu partir não se esqueçam de mim.”


4 comentários:

Frankie disse...

L-I-N-D-O...

Fiquei sem palavras...

(acho que vou reler..)

Beijinho

claudia disse...

Muito bonito:)tem dias assim de reflexão sobre a vida :)bjs.

Sol disse...

Por vezes é bom soltar o "eu"nem que seja por palavras...
Ao ler-te a minha reflexão do momento foi pensar num migo que gosto muito, tal como as tuas palavras por vezes ele solta-se... Gostei muito;)))

;))beijinho

Anónimo disse...

Quando partires ... o mundo inteiro nota a diferença ...

Mi (=