quarta-feira, setembro 20, 2006

Onde estou?

Dei por mim a vaguear numa enorme planície pela noite olho para o céu está lua cheia, e esta parece estar muito mais perto da terra nunca a tinha visto daquele tamanho, a paisagem á minha frente parece tipicamente mediterrânea com oliveiras aqui e além, mas o cheiro é diferente, algo exótico, não consigo descortinar. Continuo a caminhar fascinado com aquele local, até que, certa altura começo a ouvir vozes não muito longe do sitio onde me encontro, decido ir em direcção aos sons.
Cada vez se torna mais forte o barulho, ouço guitarras, alguém a cantar, som de palmas, chegando mais perto daquele lugar observo então uma enorme fogueira com pessoas à volta, posso ver também carroças, tendas, alguns animais, cavalos talvez, cães, galinhas, de repente a música pára fui descoberto.
Uma bela mulher, jovem, dirige-se a mim o seu tom de pele é escura quase como morena, tem um cabelo longo e liso e uns olhos verdes como jade, pergunta-me sem medo quem sou, e se quero comer algo, sem saber porque eu aceitei, ao vê-la senti-me estranhamente reconfortado, seduzido, apaixonado e, talvez hipnotizado.
Sentei-me a volta da fogueira com os restantes membros daquela comunidade, trouxeram-me vinho e carne assada, e, eis, que começa outra vez a música num ritmo muito parecido com o flamenco, o som começa a envolver-me como se tivesse entrado em transe a mesma rapariga que falou comigo começa a dançar e vem lentamente aproximando-se na minha direcção, quando finalmente chega ao pé de mim senta-se e envolve-me nos seus braços, nunca me tinha sentido assim, não sei se seria do vinho, da música, da paisagem, mas havia algo ali que me completava.
A última coisa que me lembro é de adormecer aos braços dela, engraçado, aos braços dela, nunca lhe perguntei o nome, talvez seja melhor assim.
Onde estou?
Acordei. Estou em casa, deitado na minha cama, como pode ser? Sonhei? Sim só pode ser isso, foi tudo um sonho, do mais real e mais belo que tive um sonho uma historia fantástica, mas se assim é porque que ainda sinto o perfume que tanto me intrigou?

domingo, setembro 10, 2006

Consciência de ti

Porque que me deste consciência de ti, não queria saber que existias, mas mesmo assim tu apareceste. Serás tu fruto da minha consciência? Terás tu consciência de mim? Porque que apareceste? Sempre a ver-te, será que me vês? Tu que sorris quando passas por mim, sem no entanto estares a sorrir para mim. Porque que tive de te ver, olhar para ti todos os dias é como sofrer a pior das torturas, não ouso sequer chegar perto de ti. Tu qual deusa helénica de pura beleza me deixas sem palavras, não sei se sou capaz de te alcançar, aliás nunca tentei, serei eu masoquista, será que no mais intimo do ser gosto de sofrer, talvez, mas prefiro sofrer a perder uma ilusão e que numa resposta tua tudo possa desabar.